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quinta-feira, 7 de julho de 2011

Livros divertidos para - e sobre - mães

Para quem está cansada de ler manuais sobre maternidade, selecionamos seis livros que abordam o tema com histórias engraçadas

A Vida Secreta de uma Mãe Caótica (Ed. Record), de Fiona Neill
Quantos desejos secretos nós, mães, não temos a toda hora? Um dia você gostaria de ter mais tempo, no outro mais dinheiro, tem vez que é a paciência que falta. Lucy, a protagonista inglesa dessa ficção, tem pensamenos assim o tempo todo. Com muito bom humor (e um pouco de sarcasmo), ela conta sobre os três filhos pequenos, o casamento de dez anos e seu mais novo problema: um pai da escola que está roubando seus sonhos. Impossível não se reconhecer em vários trechos do livro.

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Onde foi parar nosso Tempo? (Ed. Globo), de Alberto Villas
São 50 pílulas de memória de um tempo em que se lavava fralda de pano, se abria lata de azeite com prego e que os achocolatados demoravam para desempelotar no leite. Mas que as visitas chegavam de surpresa, que se colecionava insetos em placas de isopor e que se curtia a implicidade. Um retrato gostoso e suave dos anos 60 e 70 no Brasil.



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O Chá-de-bebê de Becky Bloom (Ed. Record), de Sophie Kinsella
 Depois de muitos delírios consumistas, Becky Bloom está feliz da vida. Trabalhando, procurando uma casa nova com bastante espaço para um closet grande e para seus sapatos. É aí que ela descobre que está grávida. Claro que sua receita para curar enjôos matinais é sair para fazer compras nas deliciosas lojas de bebê.

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Pequenos Terremotos (Ed. Record), de Jennifer Weiner
Uma é chef de um restaurante e uma gordinha sexy, a outra parece ter uma vida perfeita, mas tem de administrar um marido desempregado, a terceira está meio perdida e tem um marido que trai a sua confiança e a quarta largou carreira de sucesso, marido e tudo mais para começar uma nova vida. As quatro se conhecem na aula de ioga para gestantes e passam a dividir o desafio de ser mãe nos dias atuais contado de uma maneira leve e engraçada.


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Travessuras de Mãe (Ed. Globo), Denise Fraga
Fraldas, mamadeiras, noites sem dormir e muito choro de bebê. Para uma mãe de primeira viagem isso pode parecer assustador, mas se você é como a atriz Denise Fraga, vai transformar esse sentimento em deliciosas histórias sobre a maternidade. No livro Travessuras de Mãe, Denise reuniu mais de 70 crônicas publicadas na revista Crescer, onde é colunista há 6 anos. As histórias contam os momentos mais engraçados e marcantes desde quando soube que estava grávida do primeiro filho, Nino, hoje com 11 anos, até as travessuras de Pedro, 9 anos. Em uma das crônicas, a atriz conta como demorou para encontrar alguém para cuidar dos filhos. E que nem sempre a babá contratada é do jeito que a mãe precisa. Piadas à parte, Denise também fala de tudo o que aprendeu com os filhos e como cada dia é uma emoção diferente quando chega em casa do trabalho. 

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Diário de um grávido (Mescla Editorial), de Renato Kaufmann Para o jornalista e escritor Renato Kaufman, saber que vai ser pai é quase um susto para um homem. Ainda mais se não estavam planejando ter um bebê. O livro é baseado em fatos reais e inspirado no blog Diário Grávido (diariogravido.blogspot.com). Mostra que do medo de ser pai, o homem, em pouco tempo, passa a temer que alguma coisa, qualquer uma, atrapalhe a gravidez (toda vez que a mulher de Kauffman saia para trabalhar ele vivia uma angústia porque “há uma grávida na rua com hormônios descontrolados). Com texto leve, bem-humorado e super-realista, o autor traz a visão masculina em um mundo dominado pelas mulheres. 

http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI181441-10510,00-LIVROS%20DIVERTIDOS%20PARA%20E%20SOBRE%20MAES.html
Fonte: 

domingo, 17 de abril de 2011

O que fazer se o seu filho foi mal na prova?

Ser compreensivo, mais rígido... Como lidar com esse momento da vida da criança - difícil para ela e para os pais


Foi assim com você e ainda continua da mesma maneira. A semana de provas é estressante – tanto para pais quanto para filhos. Você, no tempo que pode, procurou fazer o melhor para auxiliar o seu filho nas dúvidas que tinha em cada disciplina. Ele, por sua vez, se esforçou nos estudos, ainda que em algumas matérias tenha mais facilidade, claro! Muitas vezes, no entanto, na hora da prova, o nervosismo - ainda mais para aqueles que estão passando por essa experiência pela primeira vez - tira a concentração e a decepção chega junto com as notas. E agora? Como lidar a pontuação baixa ou até mesmo um boletim inteiro vermelho?

A professora Cristina Navarenho Santos Zanetti, há 16 anos na profissão, está acostumada a dar esse tipo de notícia, para a criança e para os pais. Segundo ela, antes de tudo, é importante que o professor acolha o aluno para depois questionar qual foi o problema que o levou àquela nota.“Sempre deixo a criança se abrir, mostro que me importo e digo que ela sabe mais do que aquilo que colocou na prova, porque é verdade. Muitas vezes, a tensão toma conta do raciocínio, mesmo que ela tenha estudado”, diz.

De acordo com Cristina, as provas devem ser somente mais um instrumento de avaliação, junto com excursões, trabalhos, atividades em grupo e feiras de ciência - e não uma ferramenta que concentre todo o peso da aprendizagem daquele bimestre. “Isso deixa a criança ainda mais insegura”, esclarece. Além disso, ela deve ser incentivada a estudar um pouco todos os dias para assimilar o conteúdo com calma e tempo.

Conversar com o filho, com calma, é o primeiro passo depois que o boletim chega com as notas baixas, segundo Quézia Bombonatto, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp). Lembre-se de que é fundamental que ela possa contar com seu apoio. No entanto, não há uma única fórmula porque depende da característica da criança. “Cada família tem uma dinâmica. Se o filho é descompromissado, os pais precisam descobrir o porquê de ter ido mal na avaliação escolar e incentivar a criança, explicando a importância do estudo para a sobrevivência dela”, afirma. Punição, segundo Quézia, não é o caminho. Em vez de cortar tudo o que ela gosta, como forma de castigo, faça acordos e reorganize a sua rotina. Um exemplo é avaliar o tempo em que ela passa em jogos, assistindo à TV, com atividades extracurriculares, como natação, futebol, balé. Se nada adiantar, vale procurar ajuda profissional para ajudá-la a superar as dificuldades.

Na casa do empresário autônomo Gilson Francisco da Silva, 37 anos, pai de Melissa, de 9 anos, há regras estabelecidas. “Se ela chega com uma nota baixa, eu sou duro. O combinado é suspender durante uns dias aquilo que ela mais gosta de fazer, porque o estudo é a obrigação dela nesse momento”, conta. Já Karla Coraini Rodrigues, 35 anos, gerente de vendas e mãe da Vitória, de 9 anos, age diferente. “A gente conversa e eu tento ver o que está atrapalhando. Tento notar se é psicológico ou falta de vontade. Procuro analisar a situação como um todo e nunca cobro, porque sei que ela já se cobra. Sempre digo que ela pode melhorar”, comenta.

Podem ser várias as razões para um desempenho ruim na escola, como falta de estudo e de motivação, timidez na hora de tirar dúvidas, problemas sociais (família e amigos), Déficit de Atenção, entre outros. Junto com a escola, os pais devem observar qual é a principal dificuldade da criança e, dependendo do motivo, ela deve ser orientada por um profissional. Agora, vale reforçar: esse acompanhamento dos pais com os estudos do filho não deve se concentrar apenas no período de provas. O interesse tem de ser diário.

E quando seu filho recupera a nota, deve ser recompensado?

Segundo Quézia, a recompensa é perigosa. “A criança tem que perceber que ela já está lucrando com essa nota alta, e não depender de um presente para saber que fez a coisa certa. Senão, ela vai começar a sempre querer algo em troca e deixar de prestar atenção na importância do estudo no seu desenvolvimento”, afirma. O mais válido nesse momento é você mostrar ao seu filho o quanto está feliz e orgulhoso de sua recuperação e também como o esforço é sempre válido para obter resultados, em tudo o que ele fizer na vida.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Como falar de morte com as crianças

A morte é a certeza mais misteriosa da vida. Essa contradição a torna tão difícil de ser compreendida, que dirá explicada às crianças. Entender como funciona a mente infantil ajuda a ensinar nossos filhos como lidar e conviver com esse tema


No playground do prédio, Nina brincava com o irmão quando viu os tios chegando. Aí veio seu avô. Ué, não tinha nenhum encontro da família, por que estavam todos ali? Pouco tempo depois pediram para que os dois subissem e foi no quarto dos pais que a mãe e o avô contaram o que acontecera. A avó havia morrido de repente e todos estavam muito tristes. Quando ela viu a mãe ir ao banheiro para chorar, a menina não teve dúvidas: “Mamãe, abre a porta para eu ficar com você. A vovó sempre dizia que a gente não deve chorar sozinho”.

Vilma, a mulher do cartunista Ziraldo e avó de Nina (que tinha 7 anos na época), morreu em 2000. Dois anos depois, a história dela com os netos se transformou emMenina Nina, Duas Razões para Não Chorar (Ed. Melhoramentos). São desse livro, que vai virar peça de teatro (leia mais nesta matéria), as ilustrações desta reportagem. Ziraldo trata a morte de um jeito simples, como criança entende, singelo e bonito. Foi o jeito que o cartunista encontrou de confortar seus netos, filhos, e a si próprio fazendo uma homenagem à mulher com quem passou mais de 40 anos de sua vida: “Músicos fazem um réquiem, os rajás fazem palácios (como o Taj Mahal), os escritores fazem sonetos, eu escrevi sobre ela quando pude”, declarou em entrevista à CRESCER.

Foi a própria Nina que nos contou como foi saber da morte de sua avó. Ainda hoje, 11 anos depois, ela se emociona ao lembrar como foi duro para a mãe e o avô darem a notícia a ela e sofre por não ter mais a Vovó Vivi por perto. Falar de morte com crianças não é mesmo nada fácil. Como a gente pode tentar explicar uma coisa que não entende e que é tão dolorida? Dá uma tentação louca de que nossos filhos não precisem passar por isso, muito menos quando tão novos. Sim, isso já passou pela cabeça de qualquer um que tenha filhos, mas o melhor mesmo é que seja só um desejo utópico. Uma das coisas que todos os especialistas entrevistados para esta reportagem disseram é que, independentemente da idade do seu filho e da situação – se morreu um bicho de estimação, um parente próximo ou um conhecido distante –, não se deve mentir ou esconder o fato das crianças. “As crianças são só crianças, não bobas”, afirma Maria Helena Franco, psicóloga e coordenadora do Laboratório de Estudos sobre o Luto da PUC-SP.

É difícil dizer o que seu filho entende em cada idade. Diferentemente dos aspectos do desenvolvimento motor, o emocional é mais individual e depende também das experiências de vida de cada pessoa e família. Mas é certo que, mesmo tão cedo quanto aos dois anos, as crianças são capazes de perceber mudanças no clima e nas emoções da casa. Então seu filho vai perceber se você estiver triste, preocupado, ou agindo diferente. “Se os pais escondem da criança que um cachorro ou peixe do aquário morreu, dizendo que ele fugiu ou sumiu, e depois ela vê o bicho morto, ou mesmo ouve uma conversa sem querer, ocorre a quebra da confiança que ela tem em seus próprios pais”, explica Rita Callegari, psicóloga do hospital São Camilo (SP).

A gente também se engana quando acha que nossos filhos nunca ouviram falar em morte. Ela está nos livros infantis, nos filmes – os pais de Simba morrem em O Rei Leão, a Branca de Neve cai em sono eterno ao morder a maçã, os vilões são mortos pelos mocinhos no final –, nas notícias da TV, nas conversas das pessoas na rua. Também está naquele pernilongo que ela vê morto, nas flores que murcham no vaso.

A diferença é que, até por volta dos 6 anos, a criança não entende que a morte é irreversível. “Nessa fase ela não difere fantasia da realidade, acredita que, assim como nos desenhos animados, dá para se levantar depois que cai uma bigorna na sua cabeça”, ensina Julio Peres, psicólogo e autor do livro Trauma e Separação (Ed. Roca). Ele explica que é preciso deixar a criança “brincar de morto”, sem repreender. Isso, somado às pequenas mortes do dia a dia, dos insetos, plantas e pequenos animais, são um bom treino para entender a sequência da vida e facilita na hora de lidar com uma morte de alguém próximo.


Fonte: http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI213981-10496,00-COMO+FALAR+DE+MORTE+COM+AS+CRIANCAS.html