sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Crianças brasileiras são as que menos praticam esporte na escola

A conclusão é de um estudo do canal infanto-juvenil Nickelodeon realizado em toda a América Latina

Alimentação, atividade física, sustentabilidade, criatividade e diversidade são os temas abordados no recém-lançado estudo do canal Nickelodeon, que pelo quinto ano consecutivo ouviu crianças e mães no Brasil, Argentina, Chile, México, Colômbia, Venezuela e Peru. O estudo revela o impressionante dado que o Brasil é o país ondemenos se pratica esporte nas escolas, em toda a América Latina. Também comparado aos nossos vizinhos, o jovem brasileiro é o que menos se preocupa com o meio ambiente e sustentabilidade. Além disso, menos de 39% das nossas crianças tiveram contato real com a diversidade – fator que pode gerar comportamentos violentos ou excludentes como o bullying.

Embora não seja novidade que a prática de esportes venha perdendo força nos últimos anos para outras atividades e brincadeiras, os pesquisadores ficaram impressionados com a velocidade com que isso acontece. Em 2003, 75% das crianças andavam de bicicleta enquanto hoje esse número caiu para 41%. “As crianças e adolescentes nunca entenderam tanto de esporte, só que hoje elas o praticam virtualmente e, não, na vida real”, diz Beatriz Mello, gerente de pesquisa do canal e responsável pelo estudo. E não é só a bicicleta, um ícone da infância brasileira, que está ficando para trás. Ela conta que, de acordo com a pesquisa, 50% das crianças praticam futebol, enquanto 87% jogam videogame.

Para Beatriz, um dos motivos seria que a criança está cada vez mais dentro de casa e, em geral, só pratica esportes na escola. “O problema é que a atividade física nas escolas continua sendo menos importante do que ter notas altas”, diz.

Outro dado bastante desanimador diz respeito à diversidade: existe uma grande diferença entre discurso dos pais e realidade. Apesar de 96% das mães estimular os filhos a respeitar pessoas com deficiências físicas ou mentais, somente 10% têm contato, por exemplo, com deficientes visuais e auditivos. “Quando não existe contato com o diferente, a violência aparece”, acredita Beatriz. A agressão, verbal ou psicológica, surge em várias esferas, incluindo a virtual. “É o famoso cyberbulling, que acontece principalmente por e-mail, comunidades, vídeos, redes de relacionamento e MSN”, diz.

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