domingo, 29 de agosto de 2010

Asma na gravidez: como cuidar?

Asma na gravidez: como cuidar?


A doença mal tratada durante a gravidez pode resultar em partos prematuros e prejudicar o desenvolvimento do bebê. Veja cuidados que você precisa tomar


Você tem asma e descobriu que está grávida. Tudo o que pensa nesse momento é uma maneira de se livrar das medicações para não prejudicar o seu filho. OK. Mas não se precipite. Estudos têm revelado que suspender o tratamento da doença na gravidez aumenta o risco de parto prematuro, além de prejudicar o desenvolvimento do bebê. E mais: pesquisadores do Robinson Institute, da University of Adelaide, na Austrália, mostraram que, além de a asma piorar em mulheres em idade reprodutiva e gestantes, 55% dessas podem ter pelo menos uma crise aguda da doença durante a gravidez.

De acordo com Iara Nely Fiks, pneumologista do Hospital São Luiz (SP), a asma é uma das doenças mais comuns na população em geral, inclusive na gravidez. E, assim como há uma rotina no pré-natal, a gestante deve fazer um acompanhamento rigoroso com o pneumologista. “Gestantes com a alergia descontrolada têm oxigenação menor, prejudicando assim o oxigênio que vai para o feto. O resultado são partos prematuros e bebês de baixo peso”, afirma Iara.

E atenção: ainda que você perceba uma melhora na alergia durante a gravidez, nunca pare com os remédios por conta própria. Segundo Eduardo Watanabe, ginecologista do Hospital Santa Catarina (SP), essa melhora espontânea pode acontecer devido aos hormônios placentários. “Mas há aquelas que pioram ou permanecem com a doença como antes de engravidar”, diz.


Medicação segura

Se o seu receio é em relação à segurança dos remédios, fique calma. “O pior para o bebê não é a medicação, e sim a asma descontrolada”, diz Ana Paula Castro, presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia.

Segundo Iara Fiks, os remédios usados para o controle da asma são seguros, mesmo no começo da gravidez. Tanto que alguns, inclusive, são empregados em grávidas sem a doença, como os broncodilatadores, para evitar o parto prematuro, ou os corticóides, quando há a necessidade de amadurecer o pulmão do bebê que vai chegar antes da hora.

Há especialistas, no entanto, que afirmam que no primeiro trimestre é preciso analisar o risco-benefício do uso de medicações. O ideal é você conversar com o médico, para que ele escolha aquelas mais seguras. E não pense ainda que a doença pode afetar o tipo de parto do seu filho. “A asmática pode ter parto normal ou cesárea”, diz Iara.

Não se esqueça também de que o fator ambiental é importante para evitar crises de alergia. Confira abaixo algumas dicas, que você até já deve saber, mas nunca é demais lembrar:

- fique longe do cigarro;
- controle a poeira em sua casa;
- evite cheiros fortes, como produtos de limpeza e perfumes;
- evite carpetes, mobílias e cortinas pesadas, objetos que acumulem muito pó e sejam de difícil limpeza;
- mantenha o ambiente seco, arejado e ensolarado;
- colchão e travesseiros devem ser revestidos com capas antialérgicas;
- lave a roupa de cama com água quente;
- não use imediatamente as roupas e cobertores guardados por muito tempo.


Fontes: Ana Paula Castro, presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia; Aléssio Calil, ginecologista e obstetra do Hospital São Luiz (SP); Eduardo Watanabe, ginecologista do Hospital Santa Catarina (SP); Maurício Abrão, ginecologista e obstetra do Hospital Sírio Libanês (SP); “Asma - Superando Mitos e Medos”, de Iara Nely Fiks


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